quarta-feira, 21 de maio de 2008

Música diegética e extradiegética



Por Maria Eduarda

Como já dito no outro texto sobre sons no cinema, os sons e a música são responsáveis por ajudar a construir “o clima” da cena. Embora Michael Rabiger, no livro Direção de Cinema (Rio de Janeiro, 2007), diz que a música não deve ser usada para intensificar o que já é visto na tela, vemos que música no cinema (e nas telenovelas) são, sim, intensificadoras das imagens. Rabiger diz que a música deve “sugerir o que não pode ser visto” e cita o exemplo clássico dos violinos de Bernard Herrmann em Psicose (1960).

O autor ainda lembra que a música nunca deve entregar o final da história. E também não deve “narrar” todos os acontecimentos. Usada de forma errada e exagerada, a música e os efeitos sonoros podem tornar o filme cansativo. É importante lembrar que o silêncio também é eficaz e pode ser usado a favor da narrativa.

O som que participa da narrativa da película; que faz parte do universo dos personagens, é a música Diegética. Um exemplo é quando, na cena, existe alguém tocando piano, ou ouvindo música. Ou seja, a música existe na cena, e está fazendo parte da história a ser contada.

A música Extradiegética é aquela que é dirigida ao público, ou seja, não faz parte da cena, o personagem não ouve nem reage à ela: “Por definição, a música extradiegética não indica aquilo que vê um personagem porque ela se situa fora de sua história. Ela é, ao contrário, um índice da voz narrativa” (Vanoye, 1989, p. 147)

Referências

RABIGER, M. 2007. Direção de Cinema. Rio de Janeiro, Editora Elsevier
MÁXIMO, J. 2003. A música do cinema. Rio de Janeiro, Editora Rocco.
http://www.revistaav.unisinos.br/index.php?e=1&s=9&a=33
http://www.scoretrack.net/thebirds.html

2 comentários:

Luiz RJ disse...

Este conceito, utilizado por alguns teóricos, definitivamente não se aplica na prática. É uma forma muito simplista de classificar a trilha sonora que em várias situações não se encaixa nessas descrições. Várias incursões do leitmotif, herdado da ópera e utilizado amplamente no cinema, não se encaixam neste exemplo. Obviamente, como a grande maioria dos diretores, eles não entendem patavinas de música. Melhor fazer como o próprio Hitchcock, Spielberg, Fellini ou Leone fariam: deixem que o Herrmann, Williams, Rota ou Morricone entendem muito mais do assunto.

Heloydêcarlo Costa disse...

Pessoal, alguém por favor, poderia deixar a referência do Vanoye? A que fala sobre a música extradiegética. Podem me enviar por e-mail: heloydecarlo@gmail.com Obrigado
DESESPERADO, pois é para o meu TCC.